Quando ouço a dor

Agosto: Quando tirei os dois primeiros sisos, não senti nada. Nada. Nada durante a cirurgia. Nada após a cirurgia. Nem uma dor. Primeiro foi a anestesia a passar. Depois foi não poder comer, só beber. Dois, três dias. Um inchaço na cara daqui até à China. Meter gelo de manhã à noite. Tomar medicamentos.Depois foi começar a comer devagarinho. Tirar os pontos e passou. Passou tudo muito bem e fiquei ligeiramente impressionada.

Eu detesto dentistas. Começo a transpirar. Mexo as mãos, os braços, as pernas. Danço. Fecho os olhos com muita força.

Novembro: Quando tirei os dois últimos sisos, tão inclusos quantos os primeiros, não senti nada. Nada. Nada durante a cirurgia. A cara menos inchada. Meti menos gelo porque está frio. Comecei a comer muito mais cedo do que da outra vez, pois sentia-me muito melhor. Até ao quarto dia. Umas dores fortes como nunca tinha sentido. Nunca tive dores de dentes. Na verdade, o que me dói não são os dentes, não há dentes ali. Não sei o que me dói. Não sei onde sinto a dor. O local da cirurgia, após retirados os pontos, ligeiramente inflamados, continua a doer-me.

Eu detesto dentistas, apesar de ter sido sempre muitíssimo bem tratada e de saber que tudo correu bem e que este processo não é invulgar acontecer.

Põe a música mais alta. Para eu não ouvir esta dor. 

Mais uma voltinha, mais uma moedinha

A cor da Feira Popular sempre me fez feliz. A cor e o barulho. Muito barulho. Tudo a tocar. Toda a gente a gritar. Toda a gente a rir. De satisfação. Toda a gente contente, alegre e divertida. Sem pensar em mais nada senão naqueles momentos de pura loucura. De momentos passados com família ou com amigos onde se veem sorrisos e caras felizes. Depois as pipocas e o algodão doce. E vai até uma bifana. E mais uma ficha e mais uma voltinha e mais uma moedinha.

Em miúda fui com os meus pais. Mas não podia andar na montanha russa. Era pequena. Mas eu queria tanto! Lembro-me bem da lagarta verde que passava dentro de um maçã. E a minha mãe ia comigo. E o meu pai também!

Depois mais crescida, fui com os meus amigos. E era sempre preciso muito cuidado, eram precisas sempre muitas recomendações. Porque eu sempre fui uma grande maluca! Mais uma chapinha! E mais um ficha e mais uma voltinha e mais uma moedinha.

Eram mesmo momentos bem passados. Depois fechou e deixou o espaço vazio, sem alma, sem vida, sem nada. Depois disso restava-nos o Fun Center no Colombo. Mas não era a mesma coisa. E depois ficou só o bowlling. E agora foi-se. Foi-se tudo.

Restam hoje em dia as festas da cidade, ou da aldeia. As melhores ainda metem algumas coisas a voar e carrinhos de choque. Mas não eram, já não são a mesma coisa. E mais um ficha e mais uma voltinha e mais uma moedinha.

Agora a feira popular vai voltar. Uma espécie disso. É na FIL, desde hoje até dia cinco de Janeiro, e chama-se Diverlandia. Mas não será a mesma coisa. Nem o nome cheira à mesma coisa. Nem soa à mesma coisa. Nem sabe à mesma coisa. Mas como sempre, as meninas bonitas não pagam, mas também não andam!


Home Sweet Home # 9

Eu: Tenho que me levantar às 8h15. Vou pôr o despertador para as...07h50.
Ele: Tão cedo? Pra quê?
Eu: Para dormir mais um bocadinho...
Ele: Mas se meteres para as 8h15 e te levantares...dormes mais um bocadinho
Eu: Mas assim não sinto que dormi mais um bocadinho. Meto mais cedo... e sei que posso dormir mais um bocadinho!


"Em chamas"

"- Talvez devesses ser tu - digo, num tom indiferente, puxando uma cadeira - afinal de contas, odeias a vida.
- É verdade - confirma o Haymitch - E como da última vez tentei salvar a tua vida...parece que desta vez tenho a obrigação de salvar a vida do rapaz.
- Ora ai está uma boa razão - digo, limpando o nariz e bebendo de novo da garrafa.
- O argumento do Peeta é que como te escolhi da última vez, agora estou a dever-lhe. Tudo o que ele quiser. E o que ele quer é a oportunidade de voltar à arena para te proteger - conta o Haymitch.
Eu sabia. Nesse aspecto, o Peeta é bastante previsível. Enquanto eu estava a chafurdar no chão daquela cave, pensando apenas em mim, ele estava aqui, pensando apenas em mim. Vergonha não é um palavra suficientemente forte para descrever o que sinto.
- Podias viver cem vidas e não o merecer, sabias? - comenta o Haymitch.
- Pois, pois - retruco bruscamente -  Não há dúvida, ele é o ser superior neste trio. Então que vais fazer?"

Katniss e Peeta venceram os Jogos da Fome contra todas as expectativas. Nunca dois tributos ganharam. Só um pode sair com vida da arena. Mas eles desafiaram as leis do capitólio e terão que pagar por isso.
"Em Chamas",  é o segundo volume da trilogia "Os jogos da fome", que terminei de ler hoje. Estou pronta para ver o filme que estreia no dia 28. Gostei imenso do primeiro filme e li o livro depois. Desta vez resolvi ler primeiro o que vai acontecer...


Bom dia # 27

Maçã, Pêra, uvas, banana, cenoura, nozes e bagas goji!

Esticar a massa


Amassar, esticar, cortar, secar... São palavras que fazem parte do dia-a-dia da Joana. Brincar com cores, formas e sobretudo sabores. Fazer massa caseira é inovar. Esse é o objectivo da Muita Pasta.

Muito mais do que uma ideia gira, vem colmatar uma lacuna de mercado. Massa com alho? Com tomilho ou alecrim? Com limão e malagueta? Espinafres? Beterraba? Com a Muita Pasta, a Joana vai experimentando um sem limite de sabores. E nós podemos pedir-lhe estes ou qualquer outro que nos venha à cabeça, se ficar bom, mas só se ficar mesmo muito bom, ela faz!

"Ao princípio fazia o sabor de cenoura. Achei engraçado ficar cor de laranja. Fiz duas vezes em casa, com a receita ao lado e… nada! Zero cor de laranja!". A Joana conta que decidiu fazer massa caseira na altura em aprendeu a fazê-la, no curso de cozinha, na escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa. Hoje, ela é fascinada pelo mundo das receitas. "Eu penso em comida, deliro com ingredientes, imagino receitas, vibro com boas fotografias e perco-me com utensílios antigos".

Já desde pequena que a comida faz parte do seu imaginário, da sua rotina, mas principalmente das suas criações. A Joana não se lembra de viver sem tachos ou rolos da massa à sua volta. "Desde sempre que se come bem na minha família. Lembro-me de se falar de comida à mesa desde cedo. De ir à Quinta e ver animais, fruta, legumes. De comer segundo as estações: agora castanhas à sobremesa, na Primavera espargos selvagens, no Verão sopa de tomate..." Talvez por isso, criar um negócio, que tivesse por base ser ela própria a fazer um ingrediente, faça todo o sentido.

A Joana lembra-se quando isto tudo começou, quando fez a primeira massa. E do momento em que se deu o clique. "Foi só quando recebi um estendal para pasta que achei piada ao formato esticadinho das massas e me lembrei de as pôr num pacote para oferecer. Ofereci e adoraram, desde aí até criar a página no Facebook foram uns dias..." Hoje, a Joana tem uma página onde nós podemos encomendar uma massa realmente caseira, e ainda podemos acompanhar em que fase do processo está a nossa encomenda. "Digo se a sua encomenda já está a secar, se a massa está feita e a vou esticar no dia seguinte, se está pronta, se já a enviei. Acho que as pessoas gostam de saber e sentem que as levo a sério e à sua encomenda. Também por isso o contacto não acaba quando ponho a caixa no correio. Gosto de saber se chegou bem, se já provaram, se me podem enviar uma fotografia..."

Ver a confecção até chegar à nossa mesa é uma inovação. O facebook "cria um laço muito mais pessoal com o cliente, tenho o à vontade para desejar uma boa semana, enviar smiles e a quantidade de pontos de exclamação que me apetecer", conta. A relação com os consumidores torna-se cada vez mais uma arma poderosa e hoje já nem sequer existe o medo de comprar online.

Fotos cedidas pela Muita Pasta!


A Joana não chegou a concluir um curso de design porque o trocou pela culinária. Mas hoje faz com que os dois andem de mãos dadas. Por isso dedica-se à encomenda mas para que seja mais do que um alimento e para que nos chegue algo verdadeiramente bonito. "Adoro fazer as etiquetas à mão, dar cada lacinho em cada pacote, publicar novidades na página e fotografar o que faço, é isto que mais gosto!", conta.

Se vocês forem amantes de massa como eu de certeza que vão querer experimentar sabores novos e que não existem por aí. Não precisamos de ser bons cozinheiros. Não precisamos de gostar de cozinha. Mas precisamos de provar coisas novas. Tal como diz a Joana... "Há cozinhas que são uma arte, talvez. Ou certos cozinheiros que são artistas. Mas também, não é a Arte que nos rodeia?!"

Podem fazer as encomendas directamente na página do facebook.
Podem conhecer além do projecto Muita Pasta, o blog da Joana.


Relacionados:
Aladina
Funmácia
A cozinha verde