Quando o povo saiu à rua, eu imaginei...

Hoje lembrei que de um texto que escrevi, quando andava na escola, sobre o 25 de Abril. Fui procurar nos fundos das prateleiras desarrumadas da arrecadação e encontrei o livro que reúne as composições que eu e os meus colegas escrevemos na altura. Foi giro voltar a ler o que escrevemos e o que pensámos quando tínhamos onze anos. O livro está divido em tema (que chique!). O meu era escrever como se lá estivesse no momento.

Aquilo a que eu mais achava 'piada', na época, era à história da senhora que distribuiu os cravos, mas ainda não tinha bagagem para compreender. Ora esta alminha imaginou que era uma jornalista no terreno e deu nisto:
(É permitido rir, e tu querida inocência não voltes, não estás perdoada!)

"(...)Olhei novamente para as janelas cobertas de gente e algumas lavadas em lágrimas. Os homens que saíram iam chegando e traziam consigo os canhões, agora a luta ia ser dura. Os soldados encheram-se de coragem e dispararam, por incrível que parecesse os canhões dispararam cravos vermelhos que se espalharam por toda a rua, eu fiquei pasmada a olhar e só pensava que não podia estar a acontecer. As mulheres da janela agora gritavam de emoção e tal como eu não queriam acreditar, era um milagre."




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