Para 2014...

Para 2014 preciso que as doze passas resultem. Preciso que o brinde seja de verdade e que resulte mesmo. Em 2014 há coisas que têm mesmo que acontecer.

Em 2014, tenho de parar de não saber onde meti as coisas. Tenho de parar de procurar um papel, às 07h da manhã, em todas as malas que usei na semana. Preciso de parar de procurar a lima das unhas pela casa inteira. Preciso de parar de procurar o gancho para o cabelo. Porque o papel não está em nenhuma mala, está em cima da mesa da sala. Porque a lima das unhas não está na casa de banho, está na cozinha e o gancho para prender a porcaria da franja está preso nalguma camisola, porque me lembrei, um dia, que podia fazer falta. Porque as coisas não estão perdidas, só estão onde não procuro. E preciso parar com isto. Parar com as pressas que me obrigam a deixar tudo em todo o lado.

Em 2014 preciso de projectos, de coisas que me façam pensar, de coisas que me façam agir. Em 2014 preciso parar de dizer que não sou capaz, porque eu sei que consigo. Nada é mágico, quem tem que tirar os coelhos da cartola sou eu e fazer acontecer. Em 2014 preciso acreditar nisso e ir. Fazer acontecer o que me apetecer.

Em 2014 preciso de outro cesto de roupa suja, porque o meu é muito pequeno, tem sempre roupa a sair por fora. Preciso de um ferro de engomar que funcione ao som da minha voz que lhe vai ordenar coisas, enquanto eu estou no sofá a ver a minha série preferida.

Em 2014 preciso de dormir sem horas para acordar (e depois disso, dormir a sesta). Preciso de fazer exercício porque faz bem. Preciso, muito, de viajar. De conhecer, de tirar fotos, a lugares a que nunca fui.

Em 2014 preciso parar de refilar. E de todas estas coisas e desejos que tenho para pedir quando comer as passas sei que esta é a única que não tem qualquer probabilidade de vir a acontecer. Eu vou continuar a sorrir todos os dias, a cantar no trabalho, a dançar sozinha em casa, a dizer piadas mesmo que ninguém entenda. Vou continuar bem-disposta, mas também vou chorar sempre que quiser e sem ninguém saber. E vou continuar a refilar. A reclamar de tudo o que não está bem. Se eu digo que não está é porque não está. Ou seja vou continuar insuportável, até para mim!

Para 2014 preciso que as doze passas resultem. Precisamos. Preciso que o brinde seja de verdade e que resulte mesmo. Precisamos. Em 2014 há coisas que têm mesmo que acontecer. Para todos. Que o vosso 2014 seja memorável de tão bom!



Todos os países do mundo

Era uma vez um menino que gostava de jogar futebol e queria ser o melhor do mundo. Pediu, então, ao seu mentor para o treinar. O mentor marcou às 12h, na praia.  Mas quando o menino lá chegou não havia bola. Achou estranho. Entrou no mar, conforme mandou o treinador,e sentiu-se afundar. O treinador estava empurrá-lo para baixo de água. O menino estava a ficar aflito. E o treinador disse quando quiseres ser o melhor jogador do mundo tanto quanto queres respirar, eu treino-te.

Para se realizar um sonho não basta querer. Tem que se querer muito. Tanto quanto se quer respirar. O Diogo contou-me esta história para ilustrar a sua. Queria muito conhecer todos os países do mundo. Mas como todas as pessoas não tinha tempo nem dinheiro. Dois problemas que se resolveram. Porque ele queria muito. Decidiu ir para a Europa, um mês, com um euro por dia. "Foi uma experiência de vida. Não te muda radicalmente, vai-te mudando aos poucos, com o tempo. Muda a forma como olhas para o mundo...como concretizas os teus sonhos..."

O Diogo não queria só viajar, em passeio. Queria mais. Por isso, ele distingue "viajar" de "fazer turismo". O Diogo queria conversar com as pessoas que moram nos outros países, queria saber quem elas são e conhecer os seus hábitos, e os seus sítios, sem tempos. E se isso implicasse não subir à Torre Eiffel hoje, então subia amanhã. "Queria conhecer as culturas. As pessoas olhos nos olhos. Não queria uma viagem totalmente pensada, totalmente projectada e definida, pelo contrário, queria que fosse a viagem a controlar-me a mim".

O Diogo tem 19 anos e estuda engenharia informática. Sem tempo nem dinheiro para avançar com o seu sonho, desenvolveu durante um semestre a ideia "Vou ali e já venho", porque as pessoas mais velhas passavam a vida a dizer-lhe que abdicaram dos sonhos, ao longo da sua vida, por um motivo ou outro. O Diogo decidiu que isso não ia acontecer-lhe. E começou a preparar-se para a grande aventura da sua vida.
Não foi fácil, nem foi de ânimo leve. Preparou-se física e mentalmente para estar um mês fora, sozinho e com 31 euros. Começou por falar com pessoas que já tinham feito o mesmo que ele, reduziu a alimentação porque não sabia quando ia poder fazer refeições, e pesquisou sobre tudo aquilo que pudesse afectar a sua integridade física. Depois, precisou de um bocadinho mais de tempo só para convencer a mãe "Ela pensava que eu estava completamente maluco!"

E partiu. De boleia. Com uma mala cheia de sonhos e desejos por concretizar. E muita ânsia. Com uma energia positiva que acabou por contagiar toda a gente com quem falava do projecto que estava a realizar. "Em Berlim, falei do projecto a um rapaz que encontrei na rua e ele gostou tanto que se ofereceu para ajudar quando eu estivesse na Republica Checa." No país anterior, o Diogo começava a arranjar contactos para ter lugar onde dormir no país seguinte, através de pessoas que ia conhecendo nas boleias, na rua ou no facebook. Mas como se conseguia manter, comer, dormir?  No Luxemburgo trabalhou num Festival, em Paris uma senhora no metro deu-lhe dinheiro quando ele lhe falou do projecto, chegou a ajudar uma família, que lhe deu alojamento, com um problema no computador. E surpreendeu-se porque  "As pessoas ajudavam sem pedir nada em troca"!

Numa altura em que tanto se fala de fazer um "gap year", quando perguntei ao Diogo se este foi o seu "gap month", ele disse-me: "Foi uma espécie de realidade paralela. Estava na minha vida até dia 31 de Julho depois tudo mudou e voltei no dia 1 de Setembro"

O Diogo pediu boleias. Dormiu em casa de pessoas que não conhecia. Deram-lhe comida e casa. O Diogo não conheceu só a França, o Luxemburgo, a Bélgica, a Alemanha, a República Checa, a Áustria e a Itália. Conheceu pessoas, conheceu hábitos, histórias, lugares. Fez amigos. E vai continuar, "porque ainda há tantos países". O Diogo quer conhecer mais que o mundo, quer conhecer todos os mundos.  "Temos que ser nós os realizadores do nosso próprio destino. Identificar obstáculos e dificuldades e...passar por cima deles.", diz.

Natal de hoje # 4

A revista Tentações, que acompanha a Sábado, fez uma lista de coisas mesmo importantes e úteis que as pessoas deviam ter. Eu cá peguei nessas sugestões e reduzi a minha lista. Por esta ordem, isto dava-me mesmo jeito:


Removedor de graínhas de uvas: desde que me conheço que tenho que abrir o raio da uva ao meio, tirar a graínha, e só depois de repetir este processo 30 vezes é que, finalmente, como um cacho que uvas. Agora pensem!



Molas para emparelhar meias: Este aparelho é a última coca-cola do deserto. Meias juntinhas, unidas forever, vão para a máquina e saem de lá assim mesmo, amigas, conforme entraram. Já tinha dito que odeio dobrar meias?




Descascador de romãs: Nunca percebi como é que se come isto quanto mais como se descasca. Pois, dizem os senhores da Amazon que é só espetar com a romã em cima disto e pumba já está todos os gominhos (ou lá como se chamam) dentro da taça. Sem esforço. 



Despertador com tiro ao alvo: Preciso de explicar? 

 

Natal de hoje # 3

Conversas com um 'nerd' #1:

Ele: Vamos fazer uma coisa, tipo século XXI, criamos um ficheiro, em excel, com uma lista, partilhamos através do google drive e vamos actualizando...
Eu: Não podemos fazer uma coisa, tipo tradicional, escrevemos numa folha, colamos no frigorífico e vamos actualizando com uma caneta?!

Home Sweet Home # 11

 Há máquinas e técnicas.Tão certas como o Pi ser 3,14. Toda a gente sabe que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. De certeza que Pitágoras sabia dobrar camisolas! E ando eu aqui a pendurar tudo em cabides.




Ordinary Love

É dos U2. E é uma das músicas em homenagem a Nelson Mandela. Hoje o mundo acorda sem ele.

We can't fall any further
If we can´t feel ordinary love
And we cannot reach any higher
If we can't deal with ordinary love


Home Sweet Home # 10

Ainda mal começa o dia... e já meti a roupa a lavar. Apanhei outra que se estendeu ontem à noite. Dobrei. (Como odeio dobrar meias.) Arrumei a roupa de verão, meti-a bem longe da minha vista. Ainda bem que o almoço é "sobras do jantar". 

Ainda mal começa o dia logo vem a berraria...Cinderela, Cinderela, Cinderela...
Cinderela, Cinderela, Cinderela...noite e dia Cinderela! Faz a sopa, lava a loiça, passa a roupa...

No final espero, no mínimo, que o meu Bibbidi-bobbidi-boo não acabe à meia noite!




Natal de hoje # 2







Natal de hoje


A luz do natal sempre me fez vibrar muito. Mesmo depois de crescida nunca consegui ignorar a magia que sempre esta época traz. Às vezes pode não me apetecer  andar em centros comerciais de loja em loja a comprar presentes, neste ou naquele dia. Às vezes, pode não me apetecer pensar no que vou dar a cada pessoa. Às vezes, posso achar precipitado o excesso de luzes que nas ruas começam a surgir em Novembro. Mas gosto do natal. Gosto de fazer a árvore e principalmente escolher a decoração.

Quando era criança costumava fazer a minha singela lista de presentes. Tinha só cerca de 3623 itens. Gostava muito de ver os anúncios que começavam a dar na televisão talvez em Agosto! Nenucos e as suas comidas e carrinhos. Baby born com as suas fraldas. Jogos electrónicos. Barbies...e vestidos e acessórios. 

Eu não gostava de receber roupa. Não gostava de receber palhaços, tinha medo. E também não achava propriamente graça ao pai natal e muitos menos ao facto de ter que lhe dar beijinhos.

Sempre, houve, na minha família, um espectáculo de natal. Sempre cantei muito bem (ah ah ah). Com o nascimento da minha irmã e dos meus primos, o espectáculo de Natal tornou-se o grande momento do ano. Era uma coisa em grande, com direito a ensaios e a pagamento de bilhetes.

Hoje já não há pai natal. Hoje já não tenho o excesso de prendas com que tanto delirava. Hoje já não tenho que cantar para a família as músicas que a minha mãe me ensinava. Hoje não há ensaios. Não haverá espectáculo. 

Hoje começa um natal diferente. Com uma árvore diferente. Numa casa diferente. Mas com as pessoas de sempre, com quem sempre me rio muito.